Desde há 30 000 anos a. C. que os humanos cartografam o movimento das estrelas no céu noturno. Sabemos isto através das descobertas de fragmentos de ossos, que apresentavam desenhos bem definidos de ciclos astrais. Mas sobre a origem da astrologia, foram os Caldeus da Assíria que, pela primeira vez, gravaram o facto de as estrelas passarem de um modo fixo e de os planetas vaguearem.
Puderam verificar que estes viajantes — a Lua,Vénus, Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno — passavam em frente de estrelas fixas, a que chamaram constelações, e que os assuntos humanos pareciam estar associados à passagem destes planetas.
A medida que cada planeta se movia para o interior e através de uma determinada constelação, o mesmo tipo de acontecimentos parecia ocorrer. Por exemplo, quando Marte era visível, os humanos pareciam estar mais predispostos para a guerra - ele foi, por isso, denominado o deus da guerra. Vénus, por outro lado, parecia promover a paz e a harmonia e, por isso, foi denominada a deusa do amor. Estava assim formada a base da astrologia por volta do século VI a.C.
Gradualmente, os movimentos das estrelas e dos planetas foram sendo observados ao longo de maiores períodos de tempo, e relações mais subtis entre as suas posições no horizonte e a natureza humana foram verificadas, até que a astrologia passou a ser uma parte integrante na vida de todos os dias. Tornou-se claro que o poder da adivinhação ou predestinação podia ser usado para melhorar e prever relações entre sujeitos e governantes, entre países e reinos. A astrologia tinha vindo para ficar.
As origens remotas da astrologia
A astrologia deriva da atividade mágica de ligar o ser humano individual ao universo mais vasto, isto é, o microcosmos no macrocosmos. Diz-se que as origens da astrologia assentam no conhecimento que os egípcios e os caldeus tinham dos astros, e também nas Revelações do deus egípcio Tot, escreva dos deuses e divindade da sabedoria que os gregos identificaram com Hermes. Foi, igualmente, relacionado com o místico faraó egípcio Nechepsos e com o sacerdote Petosiris. Eudóxio de Cnido (408-353 d.C.), de quem se diz ser o pai da astronomia grega, era também versado nos princípios da astrologia. o astrónomo Hiparco (século II a.C.) estudou as correspondências entre os signos planetários e as pessoas, assim como os aspectos geográficos da terra.
O desenvolvimento da astrologia
De acordo com o historiador Francis Yates, a astrologia desenvolveu-se a partir de uma coleção de escritos gregos, chamada Corpus Hermeticum. no renascimento, acreditava-se que a autoria desses escritos se devia a um sacerdote egípcio, conhecido com Hermes de Trimegisto, mas desde então, foi amplamente identificado como de origem grega e datado entre os séculos I e II a.C., ou d.C. Este vasto corpo de escritos mágicos referia-se à astrologia e as ciências ocultas; incluía a atração da energia das estrelas e a compreensão das Virtudes Secretas das plantas e das pedras. sendo uma forma de magia de simpatia, Constitui um processo de unir o mundo material comum à influência das estrelas e dos planetas.
A compreensão do Padrão astrológico no Cosmos proporcionava a possibilidade do jorrar das influências positivas das estrelas sobre a terra e de ser captado com talismãs e utilizado por magos que possuíssem o conhecimento adequado. o mago que pretende-se captar o poder do planeta Vénus deveria saber quais as plantas, pedras, metais e animais que pertenciam a Vénus para poder utilizá-los quando se dirigir-se a esse planeta; as imagens inseridas nos talismãs tinham de ser feitas nos materiais corretos e usadas nos momentos astrológicos precisos. acreditava-se que os talismãs capturavam o espírito da estrela e o mantinham por algum tempo, ou indeterminadamente pronto a ser usado.
Os doze signos do Zodíaco
O Cosmos foi dividido nos 12 signos do zodíaco, cada um com as suas complicadas correspondências e associações de animais, plantas e outros atributos. O Mago era a pessoa que sabia como operar este complexo sistema de elos existente entre os reinos celestial e terreno. Os poderes daí derivados podiam ser utilizados para a obtenção de benefícios materiais ou para adquirir visão interna na adoração das forças divinas da natureza. O conhecimento adequado a partir dos reinos celestiais poderia ser utilizado na Perdição do futuro de um indivíduo, baseado numa análise cosmológica do seu passado, podendo, igualmente, indicar o futuro das sociedades ou tens nações.
A astrologia no mundo
As ideias gregas respeitantes à astrologia espalharam-se por todo o mundo, tendo chegado à Índia entre os anos 100 e 300. Por isso, a astrologia chinesa pode ter derivado da astrologia indiana. Os astrólogos prediziam acontecimentos culturais e políticos e estabeleciam a ligação de todos os momentos importantes da história com os movimentos dos planetas e dos cometas ou com os eclipses.
Esta disciplina ocupou um lugar
proeminente na ciência do renascimento. No entanto, veio a perder essa
posição com a dissociação da astrologia, levada a cabo pela igreja
católica durante o movimento da reforma do século XVI.
Atualmente,
muitas pessoas leem as suas «estrelas» através de jornais e revistas
populares, ou também na internet. Contudo, estes horóscopos são mais uma
forma de entretenimento, do que um estudo sério das ligações do
indivíduo com a esfera planetária. De facto, desde há muito que se
perdeu o elo que unia o indivíduo às associações mais vastas do cosmos.
A origem da astrologia pode ter vindo do conhecimento que os egípcios tinham dos astros ou também da antiga Grécia.
