As origens do Tarot são obscuras, mas pensa-se que terá sido introduzido na Europa ocidental durante a baixa idade média — talvez pela mão de cruzados que regressavam da terra santa, ou por grupos nómadas de ciganos.
Os baralhos mais antigos e tradicionais ilustram a vida desses tempos. Ao que parece, os Arcanos Maiores foram sempre cartas pictóricas, e os baralhos antigos pintados à mão eram atraentes obras de arte em miniatura.Da pintura para a Adivinhação
Deve ter sido esta componente pictórica, aliada à mística da adivinhação, que contribuiu para a popularidade do Tarot nas últimas décadas. Existem actualmente centenas de baralhos muito belos graficamente. Uns são reproduções modernas de cartas medievais, outros baseiam-se em mitologias específicas, em sistemas mágicos ou ideias fantasiosas, ou são fruto do trabalho de artistas de renome, como Salvador Dali. Muitas pessoas coleccionam-nos mais pelo seu valor intrínseco do que pela sua função. O baralho dos Arcanos Maiores é muito usado para fins divinatórios sem recorrer às restantes cartas. Os cartomantes profissionais utilizam o baralho completo de 78 cartas, o que complica bastante as leituras, pelo que deve aprender em primeiro lugar o significado dos Arcanos Maiores e só depois a aprendizagem com os Arcanos menores. Com a prática, deverá ser capaz de fazer uma leitura sem consultar significados.
A resposta a uma pergunta
Os 22 Arcanos Maiores, além de ilustrarem eventos futuros, auxiliam a meditação, simbolizando uma jornada pela condição humana. As leituras são feitas, em geral, por um só vidente para um só consulente, em regra presente. O objectivo é, por norma, responder a urna pergunta ou resolver um problema. A sua verbalização pouco importa, desde que a questão esteja clara na sua mente.
Regras a ter em conta na consulta de Tarot
Há vários procedimentos e métodos de lançar ou dispor as cartas. Pode usar o mínimo de 7 cartas e o máximo de 54, quando trabalha com o baralho completo. Contudo, são usadas muitas vezes 10 cartas. Muitos adivinhos usam o baralho de Tarot só para fins divinatórios e nunca para jogos de cartas. Alguns não deixam mais ninguém tocar-lhe; outros pedem ao consulente que baralhe as cartas e é este que costuma partir o baralho antes do lançamento, tendo sempre presente a pergunta ou o problema. São, porém, seguidas algumas regras básicas: ninguém lançar para si; uma vez iniciada a leitura, deve ser terminada; não poderá haver mais de uma leitura diária para a mesma pessoa e não devem fazer-se, na totalidade, mais de três por dia.
Como adivinho, deixe a sua intuição guiá-lo. A leitura de Tarot não é um simples processo mecânico de dispor cartas e interpretá-las. Não se deixe apressar, enervar ou distrair. Crie um ambiente confortável: o ideal seria fazer a leitura numa sala sossegada, tendo à sua frente o consulente para se concentrarem mais facilmente.
Os arquétipos como a ciência da adivinhação
Os arquétipos são a base de todos os sistemas de adivinhação simbólicos e revestem-se de particular importância no Tarot. Foi o grande psicólogo do início do século XX, Carl Jung, que deu o nome ao termo «arquétipo». Esta ideia corresponde àquelas forças instintivas ou padrões de comportamento que operam nas profundezas da psique humana e são universais.
A psicologia dos arquétipos
Estes arquétipos operam ao nível da psique, tal como os instintos operam ao nível do corpo físico. Assim, quando nos sentimos física ou emocionalmente ameaçados, os níveis de adrenalina sobem muito. Isto é um mecanismo reativo de defesa ou fuga que desperta, e nós reagimos. Por isso, não se trata de algo que tenhamos decidido de forma consciente. Não conseguimos ver esse instintos, muito menos arquétipos. Deste modo, não teremos grande controlo sobre os padrões mais obscuros que teimam a repetir-se na nossa vida. A não ser que nos tornemos mais conscientes dessas forças que irrompem dos nossos espaços subterrâneos psicológicos, que são os arquétipos.
Estes arquétipos são de facto descritos de forma diversa consoante o ambiente cultural ou social da altura, assim como as diferenças individuais. mas, na sua essência, contemplando conceitos como os de Mãe, Pai, Herói, Heroína, Amante, Viandante, Sábio, Bruxa, Protetor, Vítima e assim por diante. Os 22 arcanos maiores invocam, de uma ou outra forma, todas estas imagens arquetípicas.
As origens do Tarot terão passado pela Europa ocidental durante a baixa idade média.